Você sabia que 29 de novembro é o Dia Nacional da Onça-Pintada? A data foi oficializada pela Portaria N° 8, de 16 de outubro de 2018 e publicada no Diário Oficial da União. O documento também reconhece a Panthera onca como símbolo brasileiro da conservação da biodiversidade. Porém, como o felino é encontrado em outros 17 países, durante a Conferência das Partes (COP 14) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), na semana passada, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), as Ongs World Wildlife Fund (WWF), Wildlife Conservation Society (WCS), Panthera e representantes de mais 14 países onde a espécie é encontrada, lançaram o Plano de Conservação da Onça-Pintada para as Américas 2030 (Jaguar 2030 Conservation Roadmap for the Americas) e anunciaram a criação do Dia Internacional da Onça-Pintada (International Jaguar Day) que também será celebrado em 29 de novembro.
O Dia da Onça-Pintada tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre as ameaças enfrentadas pela espécie e intensificar os esforços de conservação para garantir sua sobrevivência. Além disso, pretende reforçar o papel do felino como espécie-chave – essencial para a manutenção de um ecossistema saudável – e, assim, construir a base para um futuro sustentável da vida silvestre e das pessoas.
A onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro do mundo (atrás do tigre e do leão). Possui um papel importante no ecossistema porque seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas (em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos) fazendo o controle populacional, o que resulta em benefício para a própria população de presas. Porém, fazendeiros abatem esses predadores para proteger seus rebanhos. O desmatamento e a fragmentação do habitat são outras ameaças enfrentadas pela espécie que era encontrada dos Estados Unidos até a Argentina, mas perdeu mais de 50% de sua distribuição original. Hoje ela é considerada extinta em El Salvador, no Uruguai e provavelmente nos EUA.
No Brasil destaca-se o Onçafari, localizado no Pantanal, onde décadas de perseguição e caça fizeram com que o felino se tornasse um dos animais mais difíceis de avistar na natureza. Para mudar essa história, o projeto começou a fazer a habituação das onças aos carros de passeio.
Uma técnica utilizada com leopardos e leões na África do Sul há 30 anos foi adaptada para a onça-pintada no Pantanal. Um animal selecionado é seguido por um rastreador dirigindo um veículo de safári, dia após dia, até que o animal pare de considerar o carro como uma ameaça. O ideal é escolher uma fêmea. Quando ela tiver filhotes vai ensinar tudo para os pequenos. Assim, a habituação aos veículos será passada para a próxima geração. O processo não envolve métodos de domesticação (como o oferecimento de comida) e os felinos selecionados permanecem selvagens.
Segundo a Avaliação do risco de extinção da Onça-pintada Panthera onca (Linnaeus, 1758) no Brasil , publicada na revista Biodiversidade Brasileira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) a espécie ocorria em todos os biomas brasileiros, mas hoje está extinta nos Pampas, e é classificada como criticamente em perigo na Caatinga e na Mata Atlântica, em perigo no Cerrado e vulnerável no Pantanal e na Amazônia. nos biomas em que ela se encontra mais ameaçada, a perda e fragmentação de habitat leva ao isolamento das populações. Nada mais justo do que um dia para lembrar a importância de cuidar bem desses animais fantásticos!