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Descoberto em 2016, o Grande Sistema de Recifes do Amazonas possui extensão aproximada de 9.500 km², com mais de 40 km de largura.

Quer saber mais sobre esse ecossistema fascinante? Vem conferir!

 

Foto: Greenpeace

 

Recifes de Corais: O que são e Qual sua importância?

 

Com uma aparência peculiar, fixados ao solo e com cores marcantes, os corais são frequentemente confundidos com plantas. Por outro lado, ao reparar seus exoesqueletos de carbonato de cálcio, que dão uma aparência rígida, eles são também confundidos com rochas. Mas a realidade é que se tratam de animais, os chamados antozoários. 

Esses animais se fixam às superfícies, dando origem às colônias que são conhecidas como recifes de corais. E quanta importância eles possuem, afinal eles são fundamentais para o ambiente onde vivem e até mesmo para nós e com apenas alguns exemplos, vamos te mostrar o porquê. 

Em meio aos recifes outros animais fazem sua morada, como peixes, que inclusive colocam seus ovos ali. Parte deles com relevância econômica. Além da rica biodiversidade que abrigam, eles ajudam na proteção das zonas costeiras das ondas decorrentes de tempestades. Sem falar em sua beleza encantadora, que os torna alvo de turismo, o que gera renda para a comunidade local.  

 

Formações Gigantescas

 

Em grande quantidade, recifes podem resultar em formações imensas, que podem ser vistas até mesmo do espaço, como é o caso da Grande Barreira de Coral australiana.

Grande Barreira de Corais da Austrália. Foto: NASA

 

No Brasil, há também uma importante formação que recebe o nome de Grande Sistema de Recifes do Amazonas. Após décadas de suspeitas, com a presença de animais que apenas ocorrem em locais com formações coralíneas, em 28 de janeiro de 2017 foram divulgadas as primeiras fotos dessa gigantesca formação. E é por isso que, ontem, dia 28 de janeiro, foi celebrado o Dia Mundial dos Corais da Amazônia.

 

Foto: Greenpeace

 

O Grande Sistema de Recifes do Amazonas

 

O rio Amazonas, o maior do mundo, despeja 200 mil metros cúbicos de água doce por segundo no Oceano Atlântico. Essa água, rica em sedimentos e de aparência barrenta, bloqueia a maior parte da luz do sol. Em alguns pontos, a luminosidade não passa de 2%.

 

Foto: Lance Willis – National Geographic Brasil

 

É um dos últimos locais que se esperaria encontrar um recife, mas mesmo assim, em 2016, pesquisadores brasileiros, da Universidade de São Paulo e outras 5  universidades, fizeram uma descoberta surpreendente. Um extenso recife foi encontrado a cerca de 120 quilômetros da margem do rio Amazonas, com aproximadamente, 50 a 200 metros de profundidade.

Além disso, foi descoberto, em 2018, que este recife vai até a Guiana Francesa.  Assim surgiu, devido a observação da fauna dos dois locais, uma hipótese de que os corais da Amazônia formam um corredor ecológico de biodiversidade entre o Oceano Atlântico Sul até o Caribe.

 

Foto: Jornal da USP

 

A descoberta foi considerada uma das mais importantes no âmbito da biologia marinha nos últimos anos, e, apesar do peso dessa novidade, ainda existem poucos estudos desse sistema de recifes do Amazonas. Ou seja, ainda há muitas características para serem apresentadas sobre ele. Estima-se que apenas 5% desse ecossistema tenha sido estudado até então.

Mas já foram listadas cerca de 40 espécies de corais, 73 peixes, 60 de esponjas e algumas espécies de lagostas, estrelas do mar que habitam o local. Muito impressionante, não é?!

E diferente dos famosos recifes coralíneos, esse ecossistema é formado majoritariamente por algas calcárias. Estes crescem em ambientes mais fundos e menos luminosos, mas ainda há a presença significativa de uma biodiversidade que ocorre apenas nessa região.

 

Foto: Ronaldo F. F. – Greenpeace

 

Além da biodiversidade única e seu valor como ecossistema, esse recife é extremamente promissor no que diz respeito à produção de fármacos. Existe o potencial da presença de bactérias ainda não conhecidas pela ciência, o que pode agregar valor tanto na preservação quanto na sua exploração farmacêutica.

Mas o certo é que esse recife já beneficia a preservação do ecossistema local. Sua existência impede que a região seja explorada, uma vez que a degradação seria iminente naquele local, principalmente pelo setor petrolífero.

 

Empresas Petrolíferas

Há anos ameaçada pela indústria petroleira, a região em que se encontra o Grande Sistema de Recifes do Amazonas seria explorada pela empresa francesa Total e a britânica BP. Após ações de combate à exploração e de conscientização, lideradas principalmente pelo Greenpeace, o Ibama negou a licença ambiental à Total para perfuração no local.

 

Foto: Greenpeace

 

Apesar disso, a empresa insistiu em seus planos através da transferência de sua participação à Petrobrás, enquanto a BP continua no projeto. Por isso, apesar de uma vitória ter sido conquistada, é importante nos mantermos atentos às ameaças e em defesa dessa riqueza nacional.

Por isso é importante divulgar o conhecimento sobre o Grande Sistema de Recifes do Amazonas e sua importância. Que tal compartilhar esse texto para começar?

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Jéssica Amaral Lara