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Retrocesso. Essa é a palavra que define o  cenário ambiental brasileiro nos últimos anos. Já há tempos que o governo enxerga o meio ambiente como um impasse e não como um aliado na evolução do Brasil. E, ao contrário do que se pensa, não é de agora que as políticas ambientais recebem os menores investimentos possíveis; são utilizadas como moeda de troca e deixadas para último plano. 

No entanto, com o governo atual, temos uma dinâmica negativa que aponta para o pior cenário deste século. Segundo alguns pesquisadores e ambientalistas, o enfraquecimento das políticas do meio ambiente e aumento do desmatamento ameaçam retroceder o país a níveis preocupantes! 

As estatísticas recentemente divulgadas de desmatamento na Amazônia (aumento de 88% em junho de 2019 , em relação ao mesmo período do ano passado) e a bagunça do Ministério do Meio Ambiente mostram que o Brasil caminha para seu pior cenário ambiental, o que pode custar até US$ 5 trilhões ao país!

A RECENTE HISTÓRIA POLÍTICO-AMBIENTAL BRASILEIRA

Encontro de ex-ministros do Meio Ambiente no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo. 08/05/2019 (Foto: Nelson Almeida/AFP)

Especialistas definem três recortes da História recente do país: 

Antes de 2005: quando o desmatamento foi alto, e a governança, fraca; 

De 2005 a 2011: período considerado, por estudiosos, de boa governança, com políticas de controle que resultaram em redução do desmate;

De 2012 a 2017: com governança intermediária, quando se mantiveram medidas de controle e, ao mesmo tempo, sinais de estímulo a práticas negativas para as florestas (caso também de 2018).

PREVISÕES PARA O FUTURO 

Ricardo Salles, atual ministro do Meio Ambiente. ( Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

Infelizmente, as previsões para o futuro do meio ambiente não são das melhores. Além das consequências que o aumento do desmatamento pode trazer para a vida no Planeta, o que já é preocupante por si só, no setor político também não temos estimativa de boas notícias num futuro próximo. 

Para André Lucena, da Coppe/UFRJ, se o Brasil de fato retroceder ao pior cenário, “não há chance alguma de cumprir as metas do Acordo de Paris “. Nosso objetivo é reduzir 37% da emissão de carbono até 2025, mas hoje, somos o sétimo maior emissor do mundo! Os números não estão do nosso lado. 

E, como se já não bastasse, ainda firmamos o compromisso de manter o aumento de temperatura abaixo dos 2 graus. Para isso, o país pode emitir uma quantidade específica de carbono até 2050. Mas se o desmatamento acaba com esse “crédito” de carbono, outros setores da economia vão ter que fazer um esforço enorme para compensar.

Temos casos de sucesso no passado, mas as condições também foram favoráveis. Entre 2005 e 2012 o país conseguiu reduzir as emissões em 54%, mas em grande parte, foi por conta da redução do desmatamento (em 78%). Todavia, no momento atual, “é grande a probabilidade de o desmatamento em 2019/2020 ser bem superior ao de 2018/2019”, avalia Raoni Rajão, professor da UFMG e co-autor dos estudos. 

 

Então, entendendo um pouco melhor sobre o cenário político no qual o meio ambiente se encontra, você será capaz de opinar e defender os melhores planos de governo para a natureza, mas mais do que isso, exigir que eles sejam cumpridos! Nós temos uma riqueza imensa no Brasil, que pode gerar recursos, mas que para isso precisa ser monitorada, cuidada, recuperada e vista como uma das prioridades, afinal, sem meio ambiente, não existe vida.