Você conhece as grandes personalidades da conservação? Ao longo dos anos, pudemos contar com alguns heróis que deram início a grandes ideias ou tiveram papéis importantes em determinados projetos de proteção ao meio ambiente. Seus princípios e histórias de vida são uma inspiração para nós, que formamos uma enorme corrente a favor da natureza.
Vamos explorar a história desses gigantes aqui em nosso blog. A informação é nossa principal arma. Por meio dela, desejamos munir a população de conhecimento, inspirar cidadãos comuns e trazer o maior número de pessoas para o “lado verde da força”.
Hoje vamos conversar sobre Thomas Lovejoy, biólogo americano de importância inestimável para a conservação da biodiversidade, que infelizmente faleceu no último dia 25 de dezembro de 2021.
Biólogo conservacionista
Thomas Lovejoy nasceu no ano de 1941 em Nova York, Estados Unidos. Aos 18 anos, na mesma cidade, ele se formou na escola Millbrook, instituição que o ajudou a descobrir o seu amor pela conservação, pela vida selvagem e a decidir que ele queria ser um biólogo. Isso porque, por meio de uma parceria, os alunos da escola cuidavam dos animais do zoológico Trevis.
Com a certeza do que iria cursar, ele fez sua graduação, mestrado e doutorado na Universidade Yale, em Connecticut, focando na conservação dos ecossistemas e sua biodiversidade. Durante esse tempo, logo após se graduar em 1964, ele começou a estudar a Amazônia, floresta onde trabalhou por mais de 50 anos.
Descobertas muito (ênfase no muito) importantes
Na Amazônia, Lovejoy percebeu as ameaças que o desmatamento traz para as florestas e entre seus vários feitos, criou em 1978 o Projeto de Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, chamado inicialmente por ele de tamanho mínimo crítico dos ecossistemas, fundando a ONG Amazon Biodiversity Center.
Os estudos decorrentes desse projeto em particular são fundamentais para a matéria Biologia da Conservação, que ele ajudou a instituir. Afinal, o objetivo inicial era definir o menor tamanho para áreas de conservação, além de estratégias para a gestão de áreas menores. Percebeu-se que quanto mais fragmentada é a área a se conservar, pior é para sua biodiversidade.
Bom, falando em biodiversidade, foi ele que introduziu o termo Diversidade Biológica na comunidade científica, sendo inclusive chamado de “Padrinho da Biodiversidade”. Anos depois, o termo foi retomado e consagrado por outros cientistas, como Walter G. Rosen e Edward O. Wilson.
Ele ainda estudou o ponto de inflexão, o ponto em que a floresta, com certo grau de desmatamento, não consegue mais se regenerar. E a relação do desmatamento com as mudanças climáticas. Quanta coisa ele ensinou a todos nós! E claro, não para por aí…
Um grande conselheiro científico e orientador
Em 1971 terminou seu doutorado e recebeu seu primeiro financiamento da National Geographic Society. De 1973 a 1987 chefiou o programa de conservação da World Wildlife Fund (WWF) dos Estados Unidos, orientando sobre a conservação das florestas do hemisfério ocidental. Durante os dois últimos anos desse período, ele foi vice-presidente da WWF do país.
Nos Estados Unidos, divulgou bastante conhecimento através da série de televisão pública que criou em 1982: Nature. A série se tornou bastante popular! E por todo o mundo, conseguiu que diversas áreas fossem preservadas, a partir de um conceito inovador: troca de dívidas externas por fundo para projetos de conservação. Ele ainda propôs Reduções de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD): ao reduzir o desmatamento, as emissões de dióxido de carbono são reduzidas também, afinal, a floresta armazena grandes quantidades deste!
Além de tudo isso, esse ser humano fantástico aconselhou ambientalmente muitos órgãos governamentais e instituições diversas. Por exemplo, até mesmo conselheiro do Secretário do Interior dos Estados Unidos e do diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ele foi.
Claro que ele também ganhou diversos prêmios: Grã-Cruz da Ordem do Mérito Científico no Brasil, Prêmio Planeta Azul, Fundação BBVA Fronteira do Conhecimento em Ecologia e Biologia da Conservação, Liderança por um Planeta Vivo, entre outros.
Família e luta contra o câncer
Lovejoy foi casado com Charlotte S. Lovejoy e com ela teve três filhas: Katherine, Elizabeth e Anne. Depois se divorciou de Charlotte.
Desde o início de 2021 Thomas lutava contra o câncer de pâncreas, que foi descoberto já em estágio avançado. No dia 25/12/21 ele faleceu em sua casa aos 80 anos.
Uma enorme inspiração!
Como comentamos, em sua trajetória Lovejoy fez muitas descobertas importantes, descobertas que são base para os estudos relacionados à conservação da biodiversidade. Ele nunca deixará de ser uma referência quando o assunto é a preservação de nossas florestas. Inclusive, ele sempre será uma inspiração para todos nós.
Uma inspiração para revermos a forma que tratamos a natureza. Afinal, como ele disse: “O planeta está prestes a explodir de febre, talvez já o tenha, e nós [seres humanos] somos a doença. Devemos estar em guerra conosco e com nosso estilo de vida”. “A lição para a humanidade é não temer a natureza que nos mantém e de onde viemos, mas sim restaurá-la, abraçá-la e entender como viver e se beneficiar dela”.
Só temos a agradecer por todo o brilhante trabalho feito por Thomas Lovejoy!
Texto por Jéssica Amaral Lara
Revisado por Gustavo Figueirôa