Skip to main content

Você conhece as grandes personalidades da conservação? Ao longo dos anos, pudemos contar com alguns heróis que deram início a grandes ideias ou tiveram papéis importantes em determinados projetos de proteção ao meio ambiente. Seus princípios e histórias de vida são uma inspiração para nós, que formamos uma enorme corrente a favor da natureza.  

Vamos explorar a história desses gigantes aqui em nosso blog. A informação é nossa principal arma. Por meio dela, desejamos munir a população de conhecimento, inspirar cidadãos comuns e trazer o maior número de pessoas  para o “lado verde da força”.

Hoje, no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (11.02), iremos conversar sobre a brasileira Maria Tereza Jorge Pádua. Poderíamos conferir vários títulos a ela, mas um dos mais marcantes é que Maria Tereza é a mulher que mais criou Unidades de Conservação no mundo. 

Foto: Márcio Isensee

A importância de Maria Tereza Jorge Pádua

Nas décadas de 1970 e 1980, quando poucos olhavam para o verde da nossa bandeira, uma mulher focou na biodiversidade brasileira para protegê-la e enfrentou opositores, que queriam ver as áreas ocupadas por outras coisas que não fossem a própria natureza. 

Hoje, depois de muita luta, ela é considerada a mãe dos Parques.

Formada em engenharia agrônoma, é membro do Conselho da Associação O Eco, do Conselho da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e da comissão mundial de Parques Nacionais da UICN. Além de ter fundado ONGs importantes como a Rede Pró Unidades de Conservação. 

Maria Tereza foi a primeira brasileira e segunda mulher a receber o prêmio ambientalista mais importante do mundo: a Medalha Comemorativa John C. Phillips.

Atuou por mais de 20 anos na criação de Unidades de Conservação, protegendo mais de 8 milhões de hectares dos ricos e diversificados biomas brasileiros, além de participar ativamente na própria criação da Lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação).

Maria Tereza Jorge Pádua e as Unidades de Conservação 

Antes dela, a Amazônia não tinha nenhum Parque Nacional. No Brasil? Apenas 14. Isso é um dos motivos pelos quais ela é considerada uma das líderes do movimento ambiental brasileiro.

Quando Maria Tereza compartilha suas experiências com a criação de tantas Unidades de Conservação, ela ressalta como foi importante a formação de uma equipe técnica de excelência. Além disso, teve apoio governamental, ao reunir especialistas em diversas áreas, cujas contribuições moldaram a face da conservação ambiental brasileira.

Na Amazônia, ela enfrentou uma escassez de unidades de conservação, e por isso, liderou a criação do primeiro plano abrangente para o sistema de conservação no Brasil, integrando 9 milhões de hectares ao patrimônio natural do país. 

Destaca-se também a fundação da primeira reserva biológica marinha, um marco significativo no contexto da preservação marinha brasileira.

Quando o assunto é Pantanal, ela compartilha experiências pessoais, incluindo ameaças de morte e o enfrentamento do contrabando e tráfico de drogas na região. Essas vivências ilustram não apenas as adversidades ambientais, mas também os desafios humanos enfrentados por defensores da natureza. Clique aqui e acesse a entrevista completa. 

Ainda sobre a maior planície alagável do mundo, ela ressalta os impactos devastadores da poluição, sedimentação e da qualidade da água na região. O papel essencial das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) é enfatizado como uma estratégia crucial para a conservação. 

Portanto, Maria Tereza sempre defendeu que as áreas protegidas são elementos-chave, por mais que haja uma complexidade econômica que permeia a conservação. 

A cientista tem em sua história a criação de mais de 8 milhões de hectares em Unidades de Conservação (UCs). Algumas UCs que ela auxiliou criar são:

  • Reserva Biológica Atol das Rocas
  • Parque Nacional da Chapada Diamantina 
  • Parque Nacional de Fernando de Noronha
  • Parque Nacional da Serra da Capivara 
  • Parque Nacional da Amazônia

Foto: ((o)) eco

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)

Para quem não sabe, o SNUC foi concebido de forma a potencializar o papel das UCs.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o SNUC auxilia as UC para que 

“sejam planejadas e administradas de maneira integrada, e que amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações de espécies, habitats e ecossistemas estejam adequadamente representados no território nacional e nas águas jurisdicionais. Para tanto, sua gestão é feita com a participação das três esferas do poder público (federal, estadual e municipal), por meio de diferentes órgãos […]”

Sua proposta teve início em 1988 até a promulgação em 2000. Adivinhe quem acompanhou sua criação? A própria Maria Tereza. Foram muitos os desafios enfrentados, incluindo modificações significativas na legislação e críticas à diversidade excessiva de categorias de unidades de conservação. Além da implementação efetiva das UCs. 

Em entrevista para ((o)) eco, Maria Tereza abordou questões como a lentidão na elaboração de planos de manejo, burocracia excessiva e a falta de recursos financeiros.

Depois de entender melhor toda a sua luta a favor das Unidades de Conservação, é impossível não achar a sua história inspiradora, que é marcada por desafios e triunfos e que nos fornece uma visão clara para o futuro: é urgente respeitar e proteger nosso planeta. 

Que as palavras e experiências de Maria Tereza sirvam como exemplo quando o assunto é o nosso compromisso global com a conservação do meio ambiente.

Foto: ((o) eco

Indicações para saber mais sobre trajetória de Maria Tereza Jorge Pádua

Nossa indicação é que você não se atenha apenas a este texto sobre a Maria Tereza. 

Indicamos esses dois vídeos da Rede Pró-UC para conhecer mais sobre a conservacionista. 

Além disso, este ano, saiu uma matéria sobre a Maria Tereza no site ((o)) Eco Clique aqui e leia

Texto por: Júlia Quintaneiro

Revisado por: Juliana Cuoco Badari