Um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas da extinção. Esse é o dado conclusivo divulgado no relatório de 1.800 páginas pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES), da Organização das Nações Unidas (ONU). O levantamento teve a participação de 145 pesquisadores espalhados por 50 países, e está sendo considerado o mais complexo e abrangente estudo sobre perdas do meio ambiente.
Analisando mais de 15 mil pesquisas científicas e dados governamentais, foram identificados os cinco principais motivos para tamanho impacto sobre a vida de tantas espécies: perda do habitat natural, exploração dos recursos naturais, mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras.
Entre os números apontados estão a queda de 20%, desde 1900, na média de espécies nativas nos principais habitats do planeta – atualmente, mais de um terço dos mamíferos marinhos estão ameaçados, por exemplo; e a duplicação das emissões de gás carbônico no mundo desde 1980, o que elevou a temperatura média do planeta.
O estudo também alerta, entre outros temas, para a pesca desenfreada: segundo o relatório, em 2015, 33% da vida dos mares estava sendo pescada em nível insustentável. E outros vários pontos importantes, como a poluição causada pelos plásticos, que
aumentou dez vezes desde 1980, e a influência dos fertilizantes em áreas costeiras, que já produziram uma área de “zona morta” oceânica maior que o Reino Unido.
No fim, se resta um caminho de otimismo, o estudo indica que há caminhos objetivos e reais para um trabalho que implemente regras e conceitos de produção mais sustentável. Por exemplo, uma agricultura mais planejada e a redução do desperdício
de alimentos, o que já impactaria vários dos pontos levantados como problemáticos.
Uma certeza nós temos: só temos este planeta, se não cuidarmos dele agora, pode ser tarde demais no futuro.