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Quando falamos de conservação, falamos de união. Não se faz conservação sozinho, não se muda o mundo sozinho. É preciso que diversas pessoas se engajem na causa para que as ações tenham impacto. 

Mas como convencer as pessoas a se juntarem na luta pela conservação? Como mostrar que realmente é necessário e urgente? Como podemos aproximar a ciência das pessoas de forma atrativa? Como não ser “ecochato’’?

Sabemos que diversas vezes, apresentar dados, notícias e os fatos em si, não gera nenhuma comoção. Na realidade, a sensação é de que as informações que passamos para as pessoas, entram em um ouvido e saem pelo outro. Porém, quando os dados são acompanhados de uma boa história, geralmente, o comportamento é outro. 

O chamado storytelling é justamente o ato de contar histórias, porém, mais do que isso, é a arte de transmitir uma mensagem, se conectar emocionalmente com o ouvinte. Uma história bem contada tem o poder de prender a atenção, causar identificação, mexer com nossos sentimentos, perdurar em nossa memória e até provocar mudanças. E é justamente aí, que o storytelling entra como uma arma poderosa na luta pela conservação.

 

A propaganda é a alma do negócio

Quando queremos vender algum produto a alguém, temos duas opções: 1) Fazer um anúncio simples e esperar que dê certo ou 2) Fazer toda uma propaganda mostrando que a pessoa precisa adquirir aquele produto e que, com a aquisição, ela, de alguma forma, será mais feliz. 

A segunda opção é a mais utilizada ao redor do mundo e, por isso, somos bombardeados por propagandas assim o tempo inteiro. Da forma mais direta, até a mais sutil, são as propagandas que vendem os produtos. 

 

Arte: Anna Luisa Michetti Alves/Greenbond

 

O chamado para a conservação nada mais é do que vender um produto, no caso, a preservação dele. Para aqueles mais engajados na causa, não é preciso um “a” para que ocorra a adesão na luta, mas como eu disse, não se faz conservação sozinho, é preciso que diversas pessoas se juntem. Quando eu digo “diversas”, quero dizer diversas mesmo. O máximo que conseguirmos. De todas as classes, de todas as profissões, de todos os cantos do mundo, do mais simples ao mais pomposo, do pequeno ao grande. 

É um pouco difícil fazer uma propaganda tão abrangente assim, você não acha? Mas se tem uma coisa que une todas as tribos, como foi o Norvana, essa coisa é a história. 

 

Publicação no Twitter de Dinho Ouro Preto que virou meme pela frase cômica.

 

Cada história é única e poderosa

Ao utilizar do storytelling para a conservação, você apresentará dados que estão comumente na mídia, mas de forma única por meio da sua história. Desta forma, o ouvinte terá um outro olhar sobre o assunto

O ouvinte será levado a vivenciar por meio da sua história as experiências que estão sendo contadas, se colocando na posição do personagem principal, experimentando os sentimentos e situações vividas. 

A identificação e as emoções são primordiais para transformar e sensibilizar as pessoas. Quando você consegue passar para o público o que você sente e acredita, elas passam a querer lutar pelo mesmo que você. Querem poder vivenciar elas mesmas e querem que outras pessoas também possam passar por essa experiência. 

Desta forma, conservar passa a ser não parte de uma obrigação, mas sim uma vontade genuína de fazer parte do mundo maravilhoso que o ouvinte foi levado por meio da sua história. 

 

Alan Rabinowitz. Foto: Kris Krug/Flickr

 

Storytelling para a conservação

Um exemplo incrível de storytelling para a conservação é o de Alan Rabinowitz. Em uma história intitulada “Man and Beast” (Homem e Fera). Alan conta sua história de conservação de onças-pintadas e, ao final, você está determinado a seguir seus passos. Clique aqui para ouvir a história.

Podemos perceber que o storytelling tem um grande poder de provocar mudanças e é justamente disso que precisamos no meio da conservação. 

Você conhece algum caso de storytelling na conservação? Compartilha com a gente! Vamos juntos mudar o mundo, de pouquinho em pouquinho, de preferência regado a uma boa história! 

 

Texto por Anna Luisa Michetti Alves

Revisado por Fernanda Sá