Em 03 de Julho, comemora-se o Dia Mundial das Suricatas! Carnívoros africanos um tanto quanto curiosos, pertencentes à família Herpestidae, que inclui, além dessa espécie (Suricata suricatta), mangustos e outros animais.
Neste texto contamos curiosidades e comportamentos inusitados sobre elas, além de seus hábitos alimentares, reprodutivos e claro, status de conservação. Venha se aventurar nessa FICHA ANIMAL!
Características
Potentes escavadoras, as suricatas possuem garras dianteiras longas e fortes. Mas, a adaptação para a escavação não para por aí: ao escavar, a terra é revirada para o alto ou para o lado, certo? Bom, as orelhas das suricatas, nesses momentos, dobram de forma a não entrar nada nelas!
A visão, embora também bem desenvolvida, não é seu sentido mais apurado: o olfato e a audição ganham. Eles são fundamentais para a procura de alimento e a comunicação social.
Ainda sobre suas características corporais… a imagem que você tem na cabeça de uma suricata, com (quase) toda a certeza, é de um (ou vários) indivíduo em pé, né? A cauda grossa em sua base, que se afina até a extremidade, é o verdadeiro ponto de equilíbrio para que elas assumam a posição bípede.
Bom, dizemos QUASE toda a certeza, pois, se você não pensou nelas em pé, sabemos o que veio na sua cabeça… o Timão!
Afinal, para quem não sabe, o feliz e descontraído personagem Timão, do Rei Leão, é uma suricata! Em outro blog, contamos quem são os personagens desse querido filme.
Voltando à realidade… o peso desses animais normalmente gira em torno das 700g (mas alguns indivíduos, como os dominantes, podem ser mais pesados), já seu comprimento, em torno de 50cm (com a cauda, claro)! E, sua expectativa de vida? Em torno de 10 anos, um pouco mais em cativeiro, um pouco menos na natureza!
Comportamentos
Você deve ter se perguntando o por quê elas escavam tanto: e aqui, ressaltamos dois motivos – fazem tocas (abrigos) e, buscam alguns alimentos na terra – insetos e outros invertebrados. Mas não vá pensando que toda toca que elas usam é fruto de seus trabalhos, afinal, elas também podem se apropriar de tocas alheias.
Devido à segurança que seus esconderijos trazem, seu território tende a se limitar a cerca de 200m deles. Quando a comida ali fica escassa, elas mudam de local.
Como vivem em grupos, que variam normalmente de 3 a 20 animais (há relatos de grupos maiores, acima de 30 indivíduos), elas fazem verdadeiros labirintos no chão, com várias entradas. Em cada uma delas, normalmente há um montinho de terra, fruto da escavação.
Quando estão do lado de fora, frequentemente ficam em pé, observando – giram suas cabeças identificando todo o ambiente ao seu redor. No menor indício de predador, as vocalizações estridentes começam: elas chamam seu grupo, unindo-se e correndo em direção às tocas. Tempo depois, observam se o perigo foi embora.
Ter sempre alguns indivíduos do grupo como sentinela, para observação, enquanto os demais procuram alimentos, é fundamental para esses animais, que possuem vários predadores. Entre eles estão os felinos africanos, como o serval e o gato da Líbia, o canídeo chacal, os texugos, que inclusive conseguem tirá-las de suas tocas e grandes aves de rapina.
No que diz respeito às vocalizações, o repertório é amplo. Os avisos de predadores variam conforme o predador (por exemplo, se são aves de rapina ou predadores terrestres) e elas também vocalizam ao encontrar outra suricata, quando querem intimidar e por aí vai.
Alimentação
Além dos insetos e outros invertebrados, elas consomem ovos de aves e também répteis, como serpentes, inclusive, as peçonhentas.
Reprodução e cuidados com as crias
Os grupos de suricatas são formados por um par dominante e outros indivíduos subordinados. A fêmea e macho dominantes são responsáveis pela maioria das ninhadas (cerca de 80% ou mais). Uma curiosidade é que, ao observar o grupo, esse par é facilmente distinguido: eles marcam território cerca de 10x mais que os outros e, geralmente, são mais velhos e pesados.
Bom, mas voltando à reprodução, após uma gestação de 2 meses e meio, nasce uma ninhada de 2 a 5 filhotes (normalmente, dois ou três).
O pai, juntamente a outros indivíduos não reprodutores do grupo, ajudam nos cuidados com os pequenos. E que cuidado! Eles ensinam as crias a procurarem alimentos e, inclusive, fazem uma “triagem” na alimentação – ao fornecer escorpiões, por exemplo, retiram os ferrões para não se machucarem.
Ocorrência e ameaças
Existem apenas no continente africano, mais especificamente, ocorrem na Botsuana, Namíbia, África do Sul e Angola.
Felizmente não estão ameaçadas de extinção, sendo consideradas Pouco Preocupante (LC), pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
E aí, deu para conhecer um pouco melhor esses carnívoros fantásticos?
Texto escrito por Jéssica Amaral Lara
Revisado por Gustavo Figueirôa