Aparentemente, as fake news que envolvem o meio ambiente estão com os dias contados! O Fakebook.eco, uma iniciativa do Observatório do Clima (OC), promete combater a desinformação ambiental por meio de uma plataforma novíssima na internet. Trata-se de uma união entre dois projetos mais antigos: o Fakebook, feito em colaboração pelo OC, Greenpeace e o ClimaInfo em 2019; junto do Agromitômetro, outra iniciativa de verificação de informações ambientais do OC, que existe desde 2018.
MITO OU VERDADE?
A plataforma surgiu com o intuito de unir e sistematizar informações sobre os principais mitos, distorções e mal-entendidos acerca do meio ambiente no Brasil. Os organizadores deixam bem claro, desde o início, que não pretendem trazer e/ou impor verdades absolutas, mas se comprometem com a junção do método jornalístico de verificação de fatos e as melhores referências científicas disponíveis. Dessa forma, esperam disseminar informações mais claras e verídicas.
As duas principais vertentes do site são: “Falácias frequentes”, onde desmistificam alguns erros constantes sobre o tema, como por exemplo, a teoria errônea de que o clima da Terra sempre mudou. Os assuntos são divididos em: clima, florestas, uso da terra e energia.
A outra vertente é o “Verificamos”, área do site na qual a plataforma expõe suas verificações rápidas das declarações de autoridades ou fake news ambientais. Um exemplo é a constatação de que o programa de pagamento por serviços ambientais anunciado pelo governo Bolsonaro não é o “maior do mundo”.
COLABORAÇÃO É A ALMA DO NEGÓCIO
O melhor de tudo é que a plataforma é colaborativa! Você pode ajudar no combate à desinformação sugerindo algumas pautas ou enviando notícias para verificação. Há uma página dentro do site que recebe propostas do público sobre conteúdos ambientais estranhos achados na internet, informações de cunho duvidoso recebidos daquele tio no grupo de zap da família ou discursos possivelmente distorcidos de autoridades.
Outra forma de ajudar é comunicando possíveis erros nas verificações. Por mais que a intenção seja a melhor possível, todos estão sujeito à falhas. Por isso, a plataforma também disponibiliza um formulário para que o público possa indicar erros nos textos produzidos pela equipe do Fakebook.eco.
COMO TUDO COMEÇOU?
Nossos leitores envolvidos com música já devem estar familiarizados com o termo “fake book”. Trata-se de compilações das informações básicas de algumas canções – acordes, melodia e letra – para que os profissionais pudessem improvisar livremente a partir delas. Eram muito tradicionais entre os músicos de jazz do século XX e lhes garantiam sucesso em qualquer apresentação musical.
De acordo com declarações da equipe expostas no site, “Quando nós começamos a checar as fake news mais frequentes do governo de Jair Bolsonaro na área ambiental, não imaginávamos que o resultado seria um libreto de 35 páginas. Ele acabou ganhando o nome de “Fakebook” – um trocadilho com seu conteúdo – porque também fornecia um roteiro mínimo a jornalistas, investidores, membros de governos e organizações internacionais que precisassem lidar com o discurso do governo sem ter conhecimento prévio da situação ambiental do Brasil.”
O site foi lançado no último dia 8 de junho, aniversário do atual ministro do meio ambiente Ricardo Salles. A “coincidência” foi estrategicamente pensada para provocar a autoridade que, ao invés de proteger nossa natureza, se mostra cada dia mais contra os princípios da conservação ambiental.
Nós, da GreenBond, admiramos e apoiamos a iniciativa. Acreditamos no poder da disseminação de informação correta para combater as adversidades ambientais. Estamos juntos!