Você conhece as grandes personalidades da conservação? Ao longo dos anos, pudemos contar com alguns heróis que deram início a grandes ideias ou tiveram papéis importantes em determinados projetos de proteção ao meio ambiente. Seus princípios e histórias de vida são uma inspiração para nós, que formamos uma enorme corrente a favor da natureza.
Vamos explorar a história desses gigantes aqui em nosso blog. A informação é nossa principal arma. Por meio dela, desejamos munir a população de conhecimento, inspirar cidadãos comuns e trazer o maior número de pessoas para o “lado verde da força”.
Hoje vamos falar de uma grande pesquisadora. Ela ajudou a fundar o IPE- Instituto de Pesquisas Ecológicas quando ainda era estudante e é responsável pela criação do maior banco de dados do mundo sobre as antas. Apresentamos a vocês: Patrícia Medici.
De onde veio esse furacão em forma de mulher?
Patrícia cresceu em um sítio na zona rural de São Bernardo do Campo, no alto da Serra do Mar, cercada de natureza. Foi criada por uma mulher forte e aprendeu a dirigir com apenas 11 anos.
Foi a primeira da família a entrar na faculdade e foi uma das fundadoras do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, quando ainda era estudante de Engenharia Florestal na Esalq-USP. Anos depois o IPÊ veio a se tornar uma das maiores ONGs ambientais do Brasil.
Em sua fundação, em 1992, Patrícia e demais pesquisadores, listaram os animais com os quais queriam trabalhar, objetivando tornar a organização uma referência para a conservação de espécies. Não é que a ideia deu certo? Daquela lista surgiu o interesse de Patrícia pelas antas, espécie muito importante para a conservação e pouco estudada até o momento.
O trabalho de Patrícia com as antas: As jardineiras da floresta
Encarando um grande desafio, Patrícia foi uma das pioneiras no estudo do maior mamífero terrestre da América do Sul.
“Comecei super novinha e com a responsabilidade muito grande de começar do zero, porque não havia nada sobre este bicho, nenhum outro projeto que já tivesse sido conduzido”… “Não sabíamos como capturar uma anta, que métodos usar… Enfim, tudo foi desenhado por nós desde o começo.” Conta Patrícia.
Patrícia dedica sua vida ao estudo das Antas no Pantanal Brasileiro a mais de 30 anos. São 16 armadilhas para antas e 50 câmeras que ela checa diariamente para monitorar o comportamento dessas grandonas.
Nacionalmente vulneráveis, as antas enfrentam diferentes desafios para a sobrevivência. Perda de habitat, caça predatória e desenvolvimento desenfreado das cidades. Patrícia trabalha incansavelmente para conhecer a espécie a fundo e pela proteção de seu habitat.
Além de criar e dirigir a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, Patrícia é hoje presidente de um grupo da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) voltado especificamente para 4 espécies de anta, que envolve 150 pessoas em 28 países.
Para salvar as antas, esta pesquisadora criou o maior banco de dados sobre a espécie do mundo.
Prêmios
Agraciada com os principais prêmios de conservação da biodiversidade do mundo, Patrícia Medici Patricia Medici ganhou o maior prêmio da conservação ambiental do mundo, o prestigiado Whitley Gold Awards, ou “Oscar Verde”, organizado pela Whitley Fund for Nature, do Reino Unido.
Outro prêmios que recebeu:
Colombus Zoo Commitent to Conservation
National Geographic Society Buffett Award for Leadership in Conservation.
Inspiração para diversos pesquisadores
As contribuições de Patrícia para o estudo das antas e para a toda a ciência inspiram estudantes e pesquisadores do mundo todo.
As ações de Patrícia são completas, reunindo pesquisa de campo, práticas de conservação, educação ambiental, comunicação, treinamentos e capacitações. Além disso ela auxilia no desenvolvimento de planos de ações para a espécie, com a intenção de reduzir as ameaças e fomentar políticas públicas que beneficiam sua existência e seus habitats. Os resultados deste trabalho não são somente importantes para as para as antas. Outras espécies de animais, vegetais e seres humanos em vários biomas também são cuidados, quando a protegemos.
Vida longa a essa pesquisadora incrível! Que ela continue espalhando sabedoria e inspiração!