Você conhece as grandes personalidades da conservação? Ao longo dos anos, pudemos contar com alguns heróis que deram início a grandes ideias ou tiveram papéis importantes em determinados projetos de proteção ao meio ambiente. Seus princípios e histórias de vida são uma inspiração para nós, que formamos uma enorme corrente a favor da natureza.
Vamos explorar a história desses gigantes aqui em nosso blog. A informação é nossa principal arma. Por meio dela, desejamos munir a população de conhecimento, inspirar cidadãos comuns e trazer o maior número de pessoas para o “lado verde da força”.
Hoje vamos falar de uma mulher incrível, referência mundial em estudos do grupo dos tamanduás, tatus e preguiças: Flávia Miranda!
Como tudo começou
Criada em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Flávia sempre teve um contato e um interesse muito grande pela natureza. Desde nova já observava os animais que passavam perto de sua casa, brincava com lagartos e catalogava insetos, uma verdadeira naturalista mirim!
Quando adolescente, frequentou o colégio rural no Pantanal. Lá passou a ter um contato mais direto com tamanduás, pois frequentemente um tamanduá-bandeira rondava seu alojamento. Nessa época iniciou suas anotações sobre o comportamento do animal.
A escolha do curso superior foi cercada de dúvidas, veterinária, biologia ou engenharia florestal, porém, como desde criança brincava de ser veterinária, a decisão acabou sendo certeira.
A faculdade e os tamanduás
Em seu primeiro ano de faculdade, durante suas férias, Flávia estagiou no Zoológico de Bauru, em São Paulo. Lá cuidou de seu primeiro filhote de tamanduá e foi aprendendo mais sobre a espécie.
Sempre guiada pelo interesse por estes animais, realizou seu TCC estudando a fisiologia e a anatomia dos tamanduás. Em sua residência, trabalhou no Parque Zoológico de São Paulo, sendo a primeira residente em clínica médica e manejo de animais silvestres do Brasil. Lá atendeu um grande número de animais e adquiriu uma experiência ímpar como veterinária de silvestres, fator primordial para sua carreira.
No ano de 2005, iniciou seu mestrado em Ecologia Aplicada e foi durante as pesquisas que percebeu a necessidade de maior conhecimento sobre a espécie e seu manejo, principalmente em cativeiro. A partir daí foi desenvolvendo técnicas, gerando conhecimento e melhorando o manejo juntamente com uma equipe multidisciplinar. Suas pesquisas acabaram sendo base para o livro “Manutenção de Tamanduás em Cativeiro”, que é referência no que diz respeito ao manejo das espécies.
Instituto Tamanduá
Em meio às pesquisas, em 2005, Flávia fundou o Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil. O trabalho desenvolvido transita entre a taxonomia, genética, saúde, medicina da conservação, ecologia e zoogeografia. Tudo, para entender mais sobre as espécies, descrevê-las, monitorá-las e conservá-las.
As pesquisas levaram Flávia a descobrir e descrever sete espécies de tamanduaís, que até então acreditava-se ser apenas uma única espécie.
Com o conhecimento vem a conservação e é para isso que Flávia, juntamente com sua equipe, lutam todos os dias.
O pioneirismo, paixão e a veia naturalista exploradora de Flávia são de admirar! Esperamos que muitas descobertas sejam feitas ainda por essa pesquisadora tão singular!
Texto por Anna Luisa Michetti
Revisado por Fernanda Sá