Se você gosta de cachoeiras, belas paisagens e contato próximo com a natureza, a Chapada dos Veadeiros certamente vai te conquistar. Localizada em Goiás, abrange vários municípios. Muitos atrativos ficam em propriedades privadas espalhadas por Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e São Jorge, mas o Parque Nacional também oferece diversos passeios com a vantagem de ter entrada gratuita. O clima da região é bem definido: a temporada de seca vai de maio até setembro e a de chuvas de outubro até abril.
O lugar é um dos principais destinos turísticos de Goiás, tem muitas opções de passeios e é difícil saber por onde começar. Por isso, fizemos uma lista com 5 atrações imperdíveis na Chapada dos Veadeiros para facilitar a sua vida:
1. Cachoeira Santa Bárbara
A cachoeira mais bonita da Chapada dos Veadeiros ganhou fama devido suas águas em tons de azuis e verdes que lembram o mar do Caribe. A queda de 35 metros deságua em um poço excelente para banho e, quando o sol bate na água, as cores se transformam e o lugar parece mágico. A atração fica no Povoado Kalunga do Engenho II, em Cavalcante e é administrada pelos próprios kalungas, povo descendente de quilombolas que vive na região.
A entrada custa R$ 20 (o preço de todas as atrações desse post foram checadas em janeiro de 2019) e dá acesso às cachoeiras Santa Bárbara, Santa Barbarinha e Capivara. Há um limite de 300 pessoas por dia. É obrigatório contratar um guia da comunidade que cobra a diária de R$ 100 por grupo, mas se você estiver sozinho é possível montar um grupo com quem estiver na fila. Também é preciso pagar pelo transporte (pau de arara) que te leva da sede da comunidade até a entrada da trilha (R$ 10 por pessoa ida e volta).
2. Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Com 240.611 hectares de Cerrado, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO em 2001. Há a possibilidade de fazer quatro trilhas com diferentes níveis de dificuldade:
- Travessia das Sete Quedas: dura de 2 a 3 dias. Nível: muito pesada (é necessário fazer agendamento e pagar uma taxa pelo pernoite)
- Trilha dos Saltos, Carrossel e Corredeiras: 11 km ida e volta ou 12 km passando pelo mirante e poço do Carrossel. Nível: Pesado (se for só o trecho das corredeiras o nível é moderado)
- Trilha dos Cânions e Cariocas: 12 km ida e volta. Nível: moderado superior
- Trilha da Seriema (800m ida e volta, ideal para quem quer levar crianças).
O Parque é aberto à visitação todos os dias e conta com trilhas bem sinalizadas, com setas coloridas pintadas nas rochas, e não é necessário guia. Porém, às segundas-feiras só aceita grupos acompanhados por condutores com exceção dos meses de janeiro e julho, quando visitas sem condutores são permitidas todos os dias. O acesso é pelo distrito de São Jorge e funciona das 8h até as 18h, mas a entrada acontece só até às 12h. Para enriquecer a experiência dos visitantes e manejar os impactos sobre os ecossistemas, a visitação é limitada por trilha. A capacidade total é de 810 pessoas por dia.
O estacionamento custa R$ 15 por veículo e a entrada é gratuita. Mas fique de olho porque um contrato de concessão do Parque foi assinado em 18 de dezembro de 2018 com as empresas Parquetur Participações e Socicam Terminais Rodoviários e Representações. O ICMBio continuará fazendo parte da administração, mas é possível que a entrada passe a ser cobrada.
3. Mirante da Janela
Um dos atrativos mais famosos da Chapada dos Veadeiros é o Mirante da Janela, um lugar em que as pedras formam uma moldura para os Saltos do Rio Negro. É o típico local em que todo o mundo quer ser fotografado. Durante férias e feriados prolongados uma fila se forma no lugar. Comecei a trilha às 8h e não tinha ninguém quando cheguei lá. Mas quando saí, a fila já começava a se formar.
A trilha tem 8 km de extensão (ida e volta) e não é muito bem sinalizada. A contratação de guia não é obrigatória, mas é recomendada. O trajeto começa com uma descida íngreme, passa pela Cachoeira do Abismo, que só tem água (incluindo um poço para banho) durante a temporada de chuvas. Depois você passa por um vale e começa a subir. No final não tem nenhuma indicação de como chegar até a janela e sem guia pode ser um pouco mais difícil de encontrar o lugar.
O acesso é por São Jorge. Placas indicam como chegar até o estacionamento e a entrada da trilha. No começo parece meio estranho porque não tem ninguém para cobrar estacionamento nem a entrada na trilha, mas após andar por mais ou menos 1 km chega-se na portaria onde você paga R$ 15 por pessoa para continuar. Fique atento com o horário. Após às 15h não é mais permitido fazer a trilha.
4. Vale da Lua
O Vale da Lua é um lugar diferente de qualquer cachoeira da Chapada dos Veadeiros. A rocha sedimentar de cor cinza é composta principalmente por carbonato que é dissolvido pelas águas do rio São Miguel formando crateras, túneis e superfícies irregulares que fazem lembrar o solo lunar. Piscinas naturais para banho permitem um mergulho refrescante nessa paisagem surreal.
Muita gente se decepciona devido ao tamanho do Vale da Lua. Então é importante saber que são apenas 400 metros com esse cenário de outro planeta. Outra informação essencial: é a segunda atração mais visitada da Chapada dos Veadeiros, perdendo somente para o Parque Nacional. Então chegue bem cedo ou no finalzinho da tarde em dias de grande fluxo, como férias e feriados prolongados.
O acesso fica a 9 km de São Jorge na estrada GO-239 em direção a Alto Paraíso de Goiás (uma grande placa indica a estrada de terra que leva à atração). Fica aberto das 7h30 até Às 17h30, o ingresso custa R$ 20 e não necessita de guia para percorrer a trilha de 600m. Como o passeio é curto, normalmente é combinado com outras atrações próximas, como a Fazenda São Bento (Cachoeiras Almécegas I, II e São Bento), Cachoeira dos Cristais ou Cachoeira dos Loquinhas.
5. Jardim de Maytrea e matula no Rancho do Waldomiro
Após um dia de passeio, se você estiver voltando de São Jorge para Alto Paraíso pela estrada GO-239 ou vice-versa, vale a pena parar no Jardim de Maytrea e ver o pôr do sol. O lugar é visível somente da estrada e é um pouco difícil achar um lugar para estacionar (tem um puxadinho improvisado onde é possível parar o carro e tirar uma foto).
Antes disso, passe no Rancho do Waldomiro, também na mesma estrada, para provar a matula, que não é sinônimo de marmita em Goiás. Trata-se de um tutu feito de feijão-branco ou mulatinho com pimenta-verde, alho, pedaços de linguiça e carne de sol de lata curada em banha de porco, engrossado com farinha de mandioca. A receita teve origem nas viagens que tocadores de gado faziam pelo interior do estado entre o fim do século 19 e o início do 20. No restaurante simples do seu Waldomiro, um dos poucos que ainda servem a receita, a matula é acompanhada por mandioca frita, abóbora, paçoca, arroz, além de pedaços das carnes que entram no preparo do feijão.