Na manhã desta quinta-feira (13/09) foi aprovada por grande maioria (67%) a Declaração de Florianópolis, que mantêm e reafirma o banimento da caça comercial de baleias em águas internacionais.
O documento proposto pelo Brasil, reafirma a moratória vigente desde 1986, que proíbe a caça comercial de baleias e permite apenas a caça para fins científicos e a caça de subsistência praticada por aborígenes em comunidades tradicionais em regiões específicas.
Já na manhã desta sexta-feira (14/09), foi votada a proposta de liberar a caça comercial de baleias, feita pelo Japão.
Após todos os países se pronunciarem, por um placar de 41 x 27 o projeto Japonês foi negado, garantindo que a caça predatória para fins comerciais continue banida!
A Declaração de Florianópolis
A aprovação da Declaração de Florianópolis é um marco importantíssimo para a conservação destes mamíferos. O documento reafirma a posição do Brasil a favor da conservação das baleias e faz duras críticas à caça comercial e científica, afirmando que:
“caça comercial não é mais uma atividade econômica necessária”
“caça com fins científicos não é mais uma alternativa válida para responder às questões científicas dada a existência de abundantes métodos de pesquisa não letais”.
O documento também propõem que os recursos da Comissão Internacional das Baleias (CIB) sejam destinados exclusivamente para conservação, e não mais para a caça.
O outro lado da moeda
Apesar do resultado positivo conquistado neste quinta-feira, outras duas decisões tomadas pela CIB esta semana geraram polêmica e não vão de encontro ao objetivo conservacionista.
Na quarta-feira (12/09), foi rejeitada a proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul.
Também na quarta-feira, a comissão aprovou a caça de 1.000 baleias para fins de subsistência em países como países como Estados Unidos, Rússia, Dinamarca (Groenlândia) e St. Vincent & Grenadines.
Os resultados da preservação
A trégua dos arpões tem trazido resultados muito positivos para a conservação das baleias. No Brasil, populações de baleias como a Jubarte e a Franca vem crescendo todos os anos.
Nesta temporada, 284 baleias franca foram vistas no litoral de Santa Catarina, batendo um recorde de avistamentos desde que a contagem começou a 31 anos atrás. Um recorde curioso que foi batido bem na época em que a Comissão Internacional de Baleias se reúne no litoral catarinense.
Segundo a bióloga do instituto Australia, Karina Groch, a taxa média de crescimento anual da população de baleias é de 12% e isso está diretamente relacionado ao trabalho de preservação que é realizado há vários anos.
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Por:
Gustavo Figueirôa
Biólogo, Esp. em manejo e conservação da fauna silvestre
Cofundador na GreenBond