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A anta-brasileira ou simplesmente anta (Tapirus terrestris), também conhecida por tapir, é um mamífero da família Tapiridae e gênero Tapirus. Ocorre desde o sul da Venezuela até o norte da Argentina, em áreas abertas ou florestas próximas a cursos d’água, com abundância de palmeiras.

 

Foto: internet

 

Seus predadores são grandes felinos como a onça-pintada (Panthera onca) e a onça-parda (Puma concolor).

É o maior mamífero terrestre do Brasil e o segundo da América do Sul, com até 300 kg de peso e 242 cm de comprimento. Se diferencia das outras espécies do gênero Tapirus por possuir uma crista sagital (proeminência ao longo da linha média no topo do crânio) e uma crina. Apresenta uma probóscide (apêndice alongado que se localiza na cabeça de algumas espécies de animais), que é usada para coletar alimento. É o último animal da megafauna na Amazônia e possui uma dieta frugívora. Além disso, possui importante papel ecológico na dispersão de sementes, principalmente de palmeiras.

 

Foto de Geoff Gallice/Wikimedia commons

 

Jardineira das florestas

 

É considerada a jardineira de nossas florestas por ser uma excelente dispersora de sementes, contribuindo desta forma para a formação e manutenção da biodiversidade dos biomas brasileiros onde vive (Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica).

 

Espécies

 

Atualmente, existem cinco espécies de antas conhecidas, sendo que 3 delas não ocorrem no Brasil: a anta-da-montanha (Andes), a anta-centro-americana (América Central) e a anta-malaia (Indonésia) – que estão ameaçadas de extinção, de acordo com a lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). No Brasil, existem a anta pretinha e a anta brasileira (também chamada de anta-sul-americana), que é considerada vulnerável.

 

Foto: internet

 

Reprodução

 

Tem reprodução lenta, com uma gestação que pode durar mais de 400 dias e pare apenas um filhote por vez, que pesa entre 3,2 e 5,8 kg. Podem viver até 35 anos de idade.

Um fato curioso é que a fêmea entra no cio a cada 50 a 80 dias e ele dura cerca de dois dias. O nascimento de filhotes ocorre a cada 15 meses, em cativeiro.

 

Ameaças de extinção

 

O animal consta como “vulnerável” de acordo com a IUCN. No entanto, a situação é crítica em alguns lugares pontuais, como na Argentina, nos llanos da Colômbia e da Venezuela. 

A espécie possui a maior distribuição geográfica entre os tapirídeos, ocorrendo em mais de 10 000 000 km². Mas, infelizmente, já se extinguiu em 14% de sua ocorrência original. Dados populacionais são insuficientes, mas presume-se que a anta esteja com suas populações em constante declínio.

 

Foto: site IUCN

 

A situação no Pantanal é relativamente melhor do que em outros biomas brasileiros, sendo classificada como “quase ameaçada”, dado que em breve, a anta pode estar ameaçada nos ecossistemas pantaneiros, visto o avanço das pastagens exóticas e doenças advindas de animais domésticos.

 

Projetos de conservação

 

Pesquisadora e especialista em antas Patrícia Medici criou o maior banco de dados sobre a espécie em todo o mundo! Agraciada com os principais prêmios de conservação da biodiversidade do mundo, Medici percorre o Pantanal e outros biomas brasileiros há mais de 30 anos para monitorar o comportamento do maior mamífero terrestre da América do Sul.

Patrícia está conectada ao Pantanal. Assim como essa região é o paraíso para a anta, é para pesquisadora também. “É um lugar que para mim funciona como um recarregador de baterias, um laboratório a céu aberto. Aqui somos capazes de coletar algumas pecinhas do quebra-cabeça de informações que jamais conseguiríamos coletar em outro lugar. E é a esperança de que, se todo o resto der errado, aqui temos um porto seguro para esse bicho”, diz a pesquisadora, que cresceu na Mata Atlântica e desde criança teve contato intenso com a natureza.

 

Foto de João Marcos Rosa

 

Assim como muitos desconhecem, a Anta é um animal muito importante para a flora. É essencial para a formação e manutenção da biodiversidade dos biomas em que vive! Além disso, um fato curioso é que o termo ‘anta’ não é um xingamento: estudos recentes mostraram que a espécie tem uma quantidade imensa de neurônios, confirmando que ela é um animal extremamente inteligente!